1.2.1.1 DO SONO E DOS SONHOS

24. Durante o sono, apenas o corpo repousa; o Espírito, esse não dorme; aproveita-se do repouso do primeiro e dos momentos em que a sua presença não é necessária para atuar isoladamente e ir aonde quiser, no gozo então da sua liberdade e da plenitude das suas faculdades. (Allan Kardec – Obras Póstumas – Manifestações dos Espíritos – p. 64)

SONO NATURAL – Suspensão momentânea da vida de relação. Entorpecimento dos sentidos durante o qual se interrompem as relações da alma com o mundo exterior por meio dos órgãos. (Allan Kardec – Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas – Vocabulário Espírita – p. 34)

402. Como podemos julgar da liberdade do Espírito durante o sono?

“Pelos sonhos. Quando o corpo repousa, acredita-o, tem o Espírito mais faculdades do que no estado de vigília. Lembra-se do passado e algumas vezes prevê o futuro. Adquire maior potencialidade e pode pôr-se em comunicação com os demais Espíritos, quer deste mundo, quer do outro. Dizes frequentemente: Tive um sonho extravagante, um sonho horrível, mas absolutamente inverossímil. Enganas-te. É amiúde uma recordação dos lugares e das coisas que viste ou que verás em outra existência ou em outra ocasião. Estando entorpecido o corpo, o Espírito trata de quebrar seus grilhões e de investigar no passado ou no futuro.

Pobres homens, que mal conheceis os mais vulgares fenômenos da vida! Julgais-vos muito sábios e as coisas mais comezinhas vos confundem. Nada sabeis responder a estas perguntas que todas as crianças formulam: Que fazemos quando dormimos? Que são os sonhos?

O sono liberta a alma parcialmente do corpo. Quando dorme, o homem se acha por algum tempo no estado em que fica permanentemente depois que morre. Tiveram sonos inteligentes os Espíritos que, desencarnando, logo se desligam da matéria. Esses Espíritos, quando dormem, vão para junto dos seres que lhes são superiores. Com estes viajam, conversam e se instruem. Trabalham mesmo em obras que se lhes deparam concluídas, quando volvem, morrendo na Terra, ao mundo espiritual. Ainda esta circunstância é de molde a vos ensinar que não deveis temer a morte, pois que todos os dias morreis, como disse um santo.

Isto, pelo que concerne aos Espíritos elevados. Pelo que respeita ao grande número de homens que, morrendo, têm que passar longas horas na perturbação, na incerteza de que tantos já vos falaram, esses vão, enquanto dormem, ou a mundos inferiores à Terra, onde os chamam velhas afeições, ou em busca de gozos quiçá mais baixos do que os em que aqui tanto se deleitam. Vão beber doutrinas ainda mais vis, mais ignóbeis, mais funestas do que as que professam entre vós. E o que gera a simpatia na Terra é o fato de sentir-se o homem, ao despertar, ligado pelo coração àqueles com quem acaba de passar oito ou nove horas de ventura ou de prazer. Também as antipatias invencíveis se explicam pelo fato de sentirmos em nosso íntimo que os entes com quem antipatizamos têm uma consciência diversa da nossa. Conhecemo-los sem nunca os termos visto com os olhos. É ainda o que explica a indiferença de muitos homens. Não cuidam de conquistar novos amigos, por saberem que muitos têm que os amam e lhes querem.

Numa palavra: o sono influi mais do que supondes na vossa vida. Graças ao sono, os Espíritos encarnados estão sempre em relação com o mundo dos Espíritos. Por isso é que os Espíritos superiores assentem, sem grande repugnância, em encarnar entre vós. Quis Deus que, tendo de estar em contato com o vício, pudessem eles ir retemperar-se na fonte do bem, a fim de igualmente não falirem, quando se propõem a instruir os outros. O sono é a porta que Deus lhes abriu, para que possam ir ter com seus amigos do Céu; é o recreio depois do trabalho, enquanto esperam a grande libertação, a libertação final, que os restituirá ao meio que lhes é próprio.

O sonho é a lembrança do que o Espírito viu durante o sono. Notai, porém, que nem sempre sonhais. Que quer isso dizer? Que nem sempre vos lembrais do que vistes, ou de tudo o que havias visto, enquanto dormíeis. É que não tendes então a alma no pleno desenvolvimento de suas faculdades. Muitas vezes, apenas vos fica a lembrança da perturbação que o vosso Espírito experimenta à sua partida ou no seu regresso, acrescida da que resulta do que fizestes ou do que vos preocupa quando despertos. A não ser assim, como explicaríeis os sonhos absurdos, que tanto os sábios, quanto as mais humildes e simples criaturas têm? Acontece também que os maus Espíritos se aproveitam dos sonhos para atormentar as almas fracas e pusilânimes.

Em suma, dentro em pouco vereis vulgarizar-se outra espécie de sonhos. Conquanto tão antiga como a de que vimos falando, vós a desconheceis. Refiro-me aos sonhos de Joana, ao de Jacó, aos dos profetas judeus e aos de alguns adivinhos indianos. São recordações guardadas por almas que se desprendem quase inteiramente do corpo, recordações dessa segunda vida a que ainda há pouco aludíamos.

Tratai de distinguir essas duas espécies de sonhos nos de que vos lembrais, do contrário cairíeis em contradições e em erros funestos à vossa fé.”

Nota – Os sonhos são efeito da emancipação da alma, que mais independente se torna pela suspensão da vida ativa e de relação. Daí uma espécie de clarividência indefinida que se alonga até aos mais afastados lugares e até mesmo a outros mundos. Daí também a lembrança que traz à memória acontecimentos da precedente existência ou das existências anteriores. As singulares imagens do que se passa ou se passou em mundos desconhecidos, entremeados de coisas do mundo atual, é que formam esses conjuntos estranhos e confusos, que nenhum sentido ou ligação parecem ter.

A incoerência dos sonhos ainda se explica pelas lacunas que apresenta a recordação incompleta que conservamos do que nos apareceu quando sonhávamos. É como se a uma narração se truncassem frases ou trechos ao acaso. Reunidos depois, os fragmentos restantes nenhuma significação racional teriam. (Allan Kardec – O Livro dos Espíritos – Parte Segunda – Capítulo VIII – p. 215-218)

INVEROSSÍMIL: que ou aquilo que não é ou não parece verdadeiro. [Definição do Dicionário Online do Google]

COMEZINHO: fácil de entender; simples. [Definição do Dicionário Online do Google]

PUSILÂNIME: que revela pusilanimidade, fraqueza moral; covarde, medroso, fraco. [Definição do Dicionário  Online do Google]

24. […]

“Durante o sono, a alma se liberta parcialmente do corpo. Quando dormimos, ficamos, temporariamente, no estado em que nos acharemos de maneira definitiva após a morte. Os Espíritos que depois da morte de seus corpos se desligaram da matéria, tiveram sonos inteligentes; aqueles, quando dormem, juntam-se à sociedade de outros seres que lhes são superiores; viajam, conversam e se instruem com eles, trabalham mesmo em obras que, quando morrem, acham inteiramente acabadas. Isto deve ensinar-vos a não temer a morte, pois que morreis todos os dias, como o disse um santo.

Assim é com relação aos Espíritos elevados. Quanto à massa geral dos homens que, por ocasião da morte, têm de passar por aquela perturbação, por aquela incerteza de que eles próprios vos hão falado, esses vão ou a mundos inferiores à Terra, aonde os chamam antigas afeições, ou em busca de prazeres ainda mais degradantes, talvez, do que os de sua predileção neste mundo. Vão à cata de doutrinas ainda mais vis, mais ignóbeis, mais nocivas do que as que entre vós professam. O que gera na Terra a simpatia é apenas o fato de que o Espírito, ao despertar, se sente vinculado, pelo coração, àqueles em cuja companhia acaba de passar oito ou nove horas de ventura ou de prazer. Por outro lado, o que também explica essas invencíveis antipatias que uma criatura às vezes experimenta é que ela sente, dentro do seu coração, que os que lhe são antipáticos possuem uma consciência diversa da sua, pois que ela os conhece sem jamais os ter visto. É também o que explica a indiferença, que nasce da circunstância de não nos interessar o granjeio de novos amigos, quando sabemos que outros contamos que nos amam e nos querem. Numa palavra: o sono influi mais do que supondes na vossa vida.” (Allan Kardec – Obras Póstumas – Manifestações dos Espíritos – p. 64-65)

24. […]

O sonho é a lembrança do que o Espírito viu durante o sono. Notai, porém, que nem sempre sonhais, pois que nem sempre vos lembrais do que vistes, ou de tudo o que vistes. É que a vossa alma não se acha em todo o desenvolvimento de suas faculdades; não é, muitas vezes, mais do que a lembrança da perturbação que experimenta à partida ou à volta, à qual se junta a do que fizestes ou do que vos preocupa no estado de vigília. Se assim não fosse, como explicaríeis os sonhos absurdos, que tanto os mais sábios, como os mais simples têm? Também os maus Espíritos se servem dos sonhos para atormentar as almas fracas ou pusilânimes.

A incoerência dos sonhos ainda se explica pelas lacunas resultantes da recordação incompleta do que durante eles foi visto. Dá-se então o que se daria com uma narrativa da qual se truncassem frases ao acaso: reunidos, os fragmentos que restassem nenhuma significação racional apresentariam. (Allan Kardec – Obras Póstumas –  Manifestações dos Espíritos – p. 66)

PUSILÂNIME: que revela pusilanimidade, fraqueza moral; covarde, medroso, fraco. [Definição do Dicionário  Online do Google]

24. […]

Em suma, dentro em pouco vereis desenvolver-se outra espécie de sonhos, tão antigos como os que conheceis, mas que ainda ignorais. O sonho de Joana d’Arc, o sonho de Jacob, os sonhos dos profetas judeus e de alguns adivinhos indianos são lembranças que a alma, inteiramente desprendida do corpo, conserva dessa outra vida de que eu ainda não há muito vos falava. (Allan Kardec – Obras Póstumas – Manifestações dos Espíritos – p. 66)

24. […]

“Por meio do sono, os Espíritos encarnados estão sempre em relação com o mundo dos Espíritos e é isso o que faz que os Espíritos superiores consintam, sem grande repugnância, em encarnar entre vós. Deus quer que, enquanto se achem em contato com o vício, eles possam ir retemperar-se na fonte do bem, para não suceder que também venham a falir, quando o que lhes cabe é instruir os outros. O sono é a porta que Deus lhes abriu para irem ter com seus amigos do céu; é o recreio após o trabalho, enquanto aguardam a grande libertação, a libertação final que os restituirá ao meio que lhes é próprio.” (Allan Kardec – Obras Póstumas – Manifestações dos Espíritos – p. 65-66)

38. […] O sono tem por fim dar repouso ao corpo; o Espírito, porém, não precisa de repousar. Enquanto os sentidos físicos se acham entorpecidos, a alma se desprende, em parte, da matéria e entra no gozo das faculdades do Espírito. O sono foi dado ao homem para reparação das forças orgânicas e também para a das forças morais. Enquanto o corpo recupera os elementos que perdeu por efeito da atividade da vigília, o Espírito vai retemperar-se entre os outros Espíritos. Haure, no que vê, no que ouve e nos conselhos que lhe dão, ideias que, ao despertar, lhe surgem em estado de intuição. É a volta temporária do exilado à sua verdadeira pátria. É o prisioneiro restituído por momentos à liberdade.

Como se dá com o presidiário perverso, acontece que nem sempre o Espírito aproveita dessa hora de liberdade para seu adiantamento. Se conserva instintos maus, em vez de procurar a companhia de Espíritos bons, busca a de seus iguais e vai visitar os lugares onde possa dar livre curso aos seus pendores.

Eleve, pois, aquele que se ache compenetrado desta verdade, o seu pensamento a Deus, quando sinta aproximar-se o sono, e peça o conselho dos bons Espíritos e de todos cuja memória lhe seja cara, a fim de que venham juntar-se-lhe, nos curtos instantes de liberdade que lhe são concedidos, e, ao despertar, sentir-se-á mais forte contra o mal, mais corajoso diante da adversidade. (Allan Kardec – O Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo  XXVIII – p. 346-347)

136. Qual o estado da alma durante o sono?

No sono é só o corpo que repousa, mas o Espírito não dorme. As observações práticas provam que, nessas condições, o Espírito goza de toda a liberdade e da plenitude das suas faculdades; aproveita-se do repouso do corpo, dos momentos em que este lhe dispensa a presença, para agir separadamente e ir aonde quer. Durante a vida, qualquer que seja a distância a que se transporte, o Espírito fica sempre preso ao corpo por um cordão fluídico, que serve para chamá-lo, quando a sua presença se torna necessária. Só a morte rompe esse laço. (Allan Kardec – O Que é o Espiritismo – Capítulo III – p.166)

SONHO – Efeito da emancipação da alma durante o sono. Quando os sentidos estão entorpecidos, os laços que unem alma e corpo se afrouxam; tornando-se mais livre, a alma recobra parcialmente as suas faculdades de Espírito e entra mais facilmente em comunicação com os seres do mundo incorpóreo. A lembrança que conserva, ao despertar, daquilo que viu em outros lugares e em outros mundos ou em existências passadas constitui o sonho propriamente dito. Sendo apenas parcial, quase sempre incompleta e misturada às lembranças da véspera, a consequência é que, no encadeamento dos fatos há soluções de continuidade que rompem a ligação e produzem esses conjuntos bizarros, que parecem sem sentido, mais ou menos como uma história na qual, aqui e ali truncassem linhas e frases. (Allan Kardec – Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas – Vocabulário Espírita – p. 34)

TRUNCAR: separar do tronco; cortar. [Definição do Dicionário Online do Google]

SOLUÇÃO DE CONTINUIDADE: separação das partes de um todo, divisão, interrupção, dissolução. [Definição do Dicionário Online Língua Brasil]

137. Qual a causa dos sonhos?

Os sonhos são o resultado da liberdade do Espírito durante o sono; às vezes, são a recordação dos lugares e das pessoas que o Espírito viu ou visitou nesse estado. (Allan Kardec – O Que é o Espiritismo – Capítulo III – p. 166)

[…]

Nota – Enquanto o corpo repousa, o Espírito se desprende dos laços materiais; fica mais livre e pode mais facilmente ver os outros Espíritos, entrando com eles em comunicação. O sonho não é senão a recordação desse estado. Quando de nada nos lembramos, diz-se que não sonhamos, mas nem por isso a alma deixou de ver e de gozar da sua liberdade. (Allan Kardec – O Livro dos Médiuns – Segunda Parte – Capítulo VI – p. 109)

403. Por que não nos lembramos sempre dos sonhos?

“Em o que chamas sono, só há o repouso do corpo, visto que o Espírito está constantemente em atividade. Recobra, durante o sono, um pouco da sua liberdade e se corresponde com os que lhe são caros, quer neste mundo, quer em outros. Mas, como é pesada e grosseira a matéria que o compõe, o corpo dificilmente conserva as impressões que o Espírito recebeu, porque a este não chegaram por intermédio dos órgãos corporais.” (Allan Kardec – O Livro dos Espíritos – Segunda Parte – Capítulo VIII – p. 218)

404. Que se deve pensar das significações atribuídas aos sonhos?

“Os sonhos não são verdadeiros como o entendem os ledores de buena-dicha, pois fora absurdo crer-se que sonhar com tal coisa anuncia tal outra. São verdadeiros no sentido de que apresentam imagens que para o Espírito têm realidade, porém que, frequentemente, nenhuma relação guardam com o que se passa na vida corporal. São também, como atrás dissemos, um pressentimento do futuro, permitido por Deus, ou a visão do que no momento ocorre em outro lugar a que a alma se transporta. Não se contam por muitos os casos de pessoas que em sonho aparecem a seus parentes e amigos, a fim de avisá-los do que a elas está acontecendo? Que são essas aparições senão as almas ou Espíritos de tais pessoas a se comunicarem com entes caros? Quando tendes certeza de que o que vistes realmente se deu, não fica provado que a imaginação nenhuma parte tomou na ocorrência, sobretudo se o que observastes não vos passava pela mente quando em vigília?” (Allan Kardec – O Livro dos Espíritos – Segunda Parte – Capítulo VIII  – p. 218)

 

As manifestações aparentes mais ordinárias dão-se no sono, pelos sonhos: são as visões. Jamais foram os sonhos explicados pela ciência. Julga ela tudo haver dito, atribuindo-os a um efeito da imaginação. Mas não diz o que é a imaginação, nem como produz ela essas imagens tão claras e tão límpidas que, por vezes, nos aparecem. É explicar uma causa desconhecida por outra que não o é menos. A questão permanece, assim, por inteiro. Dizem que é uma lembrança das preocupações da vigília, mas, mesmo admitindo tal solução, que não é única, restaria saber qual é esse espelho mágico que assim conserva a impressão das coisas; como explicar sobretudo essas visões de coisas reais, que jamais foram vistas no estado de vigília e nas quais jamais se pensou? Só o Espiritismo nos poderia dar a chave desse fenômeno bizarro, que passa inapercebido por força de sua mesma vulgaridade, como todas as maravilhas da natureza que calcamos aos nossos pés. Não cabe no nosso plano examinar todas as particularidades que podem os sonhos apresentar; cingimo-nos a dizer o que podem eles ser; uma visão atual das coisas presentes ou ausentes; uma visão retrospectiva do passado e, nalguns casos excepcionais, um pressentimento do futuro. Por vezes são quadros alegóricos, que os Espíritos fazem passar aos nossos olhos, a fim de nos darem avisos úteis e conselhos salutares, quando se trata de bons Espíritos, ou para induzir-nos em erro e lisonjear as nossas paixões se, se trata de Espíritos imperfeitos.

As pessoas que vemos em sonho são verdadeiras visões. Se sonhamos mais frequentemente com as que preocupam a nossa mente, é que o pensamento é um modo de evocação e por ele nós chamamos a nós o Espírito dessas pessoas, sejam elas vivas ou mortas.

Seria uma injúria ao bom senso de nossos leitores refutar tudo quanto existe de absurdo e de ridículo naquilo que vulgarmente é apresentado como interpretação dos sonhos. (Allan Kardec – Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas – Capítulo II – p. 47)

3. José, diz o Evangelho, foi avisado por um anjo, que lhe apareceu em sonho e que lhe aconselhou fugisse para o Egito com o Menino. (Mateus, 2:19 a 23.)

Os avisos por meio de sonhos desempenham grande papel nos livros sagrados de todas as religiões. Sem garantir a exatidão de todos os fatos narrados e sem os discutir, o fenômeno em si mesmo nada tem de anormal, sabendo-se, como se sabe, que, durante o sono, é quando o Espírito, desprendido dos laços da matéria, entra momentaneamente na vida espiritual, onde se encontra com os que lhe são conhecidos. É com frequência essa a ocasião que os Espíritos protetores aproveitam para se manifestar a seus protegidos e lhes dar conselhos mais diretos. São numerosos os casos de avisos em sonho, porém, não se deve inferir daí que todos os sonhos são avisos, nem, ainda menos, que tem uma significação tudo o que se vê em sonho. Cumpre se inclua entre as crenças supersticiosas e absurdas a arte de interpretar os sonhos. (Allan Kardec – A Gênese – Capítulo XV – p. 275)

 

405. Acontece com frequência verem-se em sonho coisas que parecem um pressentimento, que, afinal, não se confirma. A que se deve atribuir isto?

“Pode suceder que tais pressentimentos venham a confirmar-se apenas para o Espírito. Quer dizer que este viu aquilo que desejava, foi ao seu encontro. É preciso não esquecer que, durante o sono, a alma está mais ou menos sob a influência da matéria e que, por conseguinte, nunca se liberta completamente de suas ideias terrenas, donde resulta que as preocupações do estado de vigília podem dar ao que se vê a aparência do que se deseja, ou do que se teme. A isto é que, em verdade, cabe chamar-se efeito da imaginação. Sempre que uma ideia nos preocupa fortemente, tudo o que vemos se nos mostra ligado a essa ideia. (Allan Kardec – O Livro dos Espíritos – Parte Segunda – Capítulo VIII – p. 219)

406. Quando em sonho vemos pessoas vivas, muito nossas conhecidas, a praticarem atos de que absolutamente não cogitam, não é isso puro efeito de imaginação?

“De que absolutamente não cogitam, dizes. Que sabes a tal respeito? Os Espíritos dessas pessoas vêm visitar o teu, como o teu os vai visitar, sem que saibas sempre o em que eles pensam. Ademais, não é raro atribuirdes, de acordo com o que desejais, a pessoas que conheceis, o que se deu ou se está dando em outras existências.” (Allan Kardec – O Livro dos Espíritos – Parte Segunda – Capítulo VIII – p. 219)

42ª O Espírito de uma pessoa evocada durante o sono é tão livre de se comunicar como o de uma pessoa morta?

“Não; a matéria sempre o influencia mais ou menos.”

Nota – Uma pessoa que se achava nesse estado e a quem foi feita essa pergunta respondeu: Estou sempre ligada à grilheta que arrasto comigo. (Allan Kardec – O Livro dos Médiuns – Segunda Parte – Capítulo XXV – p. 311)

 

343. Os que vemos, em sonho, que nos testemunham afeto e que se nos apresentam com desconhecidos semblantes, são alguma vez os Espíritos amigos que nos seguem os passos na vida?

“Muito frequentemente são eles que vos vêm visitar, como ides visitar um encarcerado.” (Allan Kardec – O Livro dos Espíritos – Parte Segunda – Capítulo VII – p.194)

401. Durante o sono, a alma repousa como o corpo?

“Não, o Espírito jamais está inativo. Durante o sono, afrouxam-se os laços que o prendem ao corpo e, não precisando este então da sua presença, ele se lança pelo Espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos.” (Allan Kardec – O Livro dos Espíritos –  Parte Segunda – Capítulo VIII – p. 215)

414. Podem duas pessoas que se conhecem visitar-se durante o sono?

“Certo e muitos que julgam não se conhecerem costumam reunir-se e falar-se. Podes ter, sem que o suspeites, amigos em outro país. É tão habitual o fato de irdes encontrar-vos, durante o sono, com amigos e parentes, com os que conheceis e que vos podem ser úteis, que quase todas as noites fazeis essas visitas.”

415. Que utilidade podem elas ter, se as olvidamos?

“De ordinário, ao despertardes, guardais a intuição desse fato, do qual se originam certas ideias que vos vêm espontaneamente, sem que possais explicar como vos acudiram. São ideias que adquiristes nessas confabulações.” (Allan Kardec – O Livro dos Espíritos – Parte Segunda – Capítulo VIII – p. 221)

CONFABULAÇÃO: ação ou efeito de tramar algo com outros; trama. [Definição do Dicionário Online do Google]

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